21 de dez. de 2010

Jesus o Príncipe da paz

O mundo está marcado pela dor, encharcado de sangue, ferido pela guerra e adoecido pelo ódio. As guerras tornam-se cada vez mais encarniçadas e os homens cada vez mais violentos. Há guerras tribais e guerras religiosas. O homem é um ser em conflito. Seu coração é um campo de batalha. Levantamos monumentos à paz e cada vez mais construímos armas de destruição. Falamos de paz, mas gastamos mais com a guerra. Dizemos que o amor é o oxigênio da vida, mas respiramos o ódio. Nesse mundo marcado pela violência, Jesus se apresenta como o Príncipe da Paz.
Ele não veio apenas falar da paz, ele é a paz. Ele veio fazer a paz com o sangue da sua cruz. Ele nos dá paz com Deus, pois perdoa nossos pecados. Ele nos dá a paz de Deus, porque alivia nosso coração da angustia. Ele nos dá paz interior, porque onde Jesus reina, a alegria triunfa sobre a tristeza, o amor prevalece sobre a mágoa e a esperança finca a sua bandeira onde outrora reinava o desespero.

Pense: "Se lançarmos diante do Senhor o que nos incomoda, a paz de Deus irá nos guardar de toda ansiedade." (Fl. 4.6-7)


Na Rodoviaria

Sozinho, no terminal rodoviário, Davi arranja um lugar para sentar, tira da mochila o livro amassado e abre na parte indicada pelo marcador de livros. No alto da sala de espera, um televisor mudo exibe um filme de sessão da tarde. No canto, quieto, um homem olha o espaço infinito das suas memórias.
Claro como um cristal, Davi percebe que esta vida é como uma imensa sala de espera, onde pessoas aguardam a chegada do ônibus, outras passam, muitas chegam, muitas partem. Tudo é transitório, tudo é vitrine. Davi é invadido por uma sensação de estranheza e saudade. Ter que deixar o interior,ter que sair de casa, despedir-se da família, para estudar na capital tem sido uma experiência nova e difícil para ele. De repente, ocorre-lhe um pensamento, algo que aprendeu há muito tempo. Palavras de Jesus: "Estarei sempre com você." Sim, Jesus está conosco sempre. O mundo é de Deus, este mundo vasto e misterioso está em seus braços. E a estrada que trilhamos talvez seja apenas um risco na palma da sua mão.
A distância faz a gente aprender duras ligações. Mas sempre se pode fazer algo. A gente pode orar por alguém, escvrever uma carta, mandar um e-mail, compor uma canção, fazer um desenho, dar um telefonema ou comprar uma lembrança. O Senhor está conosco!

Na cantina

Leia: Colossenses 3- 15 e 17
É hora do almoço, Fernanda abraça seus cadernos, ajunta seus materiais e saí da sala de aula, a cabeça cheia de idéias e o estomago vazio. Ao chegar na cantina da universidade, há uma fila enorme. Enquanto espera a sua vez, vai ouvindo fragmentos de conversas dos que estão por perto. Enquanto isso, um carro passa pelo campus chamando todos para uma manifestação contra a política econômica do governo. No ar, o aroma da comida saborosa que se aproxima.
"Meu Deus, que bom estar na universidade! que tempo inesquecível este! Poder estudar neste país em que a maioria das pessoas não consegue sequer entrar no segundo grau, é um privilégio. Obrigada, Senhor! Que banquete raro este prato de feijão com arroz, salada e bife acebolado. Quanta gente, agora mesmo, pede um resto de comida na porta do fundo dos restaurantes, ou até mesmo remexe a lata do lixo. Quanta gente lamenta, reclama de tudo, da chuva, do sol, da aula entediante, da comida sempre a mesma."
Quando sentimos o sabor gostoso da água e do pão de cada dia e percebemos o valor do aprendizado, nasce a vontade de agradecer ao Deus da vida tanta coisa boa. Também sentimos o desejo de mudar este mundo, de ver outras pessoas provarem do mesmo pão.
Pense:
"A gratidão e a solidariedade comem do mesmo prato."

A República

Leia: Efésios 6. 5-9
Morar numa república de estudantes é uma experiência inesquecível. A cortina improvisada na janela, os livros na estante feita de tábuas e tijolos, os cadernos sobre a mesa da cozinha... Mas, afinal de contas, o que é uma republica? Uma terra de ninguém? Um laboratório de convivência e engenharia humana?
A república se torna, para o estudante, espaço de aprendizagem. Uma das lições que se aprende ali é a da amizade. O dia a dia mostra o alto preço de se ter e ser um amigo. A paciência necessária para suportar as diferenças de temperamento e estilos de vida. O difícil segredo da convivência humana. A importância da solidariedade em tempos de crise, de enfermidade, de solidão. Os amigos aprendem a estudar juntos, discutir idéias e valores, chorar juntos e orar juntos.
Jesus sempre ensinou seus discípulos que o maior bem que se pode ter é uma amizade sincera e verdadeira. Ele mesmo se apresentou aos discípulos com um amigo. E mostrou que os valores que regem a convivência devem ser os da humildade e espírito de serviço. Ele pensava em amizade e comunhão quando disse que deveríamos aprende a "lavar os pés uns dos outros", ou quando falou que "o verdadeiro amigo dá a vida pelos seus companheiros". Foi isso o que Ele fez por nós.
Pense:
Um dia lembraremos com saudade da vida de estudante e aprenderemos que a república também foi nosso lar.

A prova

Leia Tiago 1. 2-8
Juliana vem chorando ao encontro de sua melhor amiga. A amiga está imaginando que talvez Juliana esteja doente ou com algum problema em casa. As duas se encontram e conversam. Juliana acaba de tirar uma nota muito baixa na prova de Física. O mundo parece vir abaixo. Por mais que tente, Juliana não consegue se livrar da sensação de peso que carega sobre as costas.
Há momentos em que a vida parece uma prova de fogo. Em situações assim, ficamos cercados por uma tristeza, sensação de incopentência, por um inexplicável senso de culpa e um complexo de inferioridade. Então lamentamos e nos atolamos no mar de autocomiseração. Mas há que se lembrar que nem tudo está perdido. Já que o pior aconteceu, temos que tomar uma atitude: levantar, respirar fundo, sacudir a poeira e tentar novamente.
Deus não espera pela demonstração da nossa competência ou desempenho; Ele simplesmente nos ama. Vamos descansar um pouco nesse amor. Mais, o Deus que nos ama também nos concede sabedoria para lidar com situações como esta.

A dádiva da duvida

Leia: João 20.24-31

As salas das universidades estão cheias de cabeças pensantes, e duvidantes. Para cada certeza conquistada existem centenas de pontos de interrogação, de questionamentos. Nem bem uma teoria é exposta, e logo já recebe uma enxurada de ponderações. Mas será que é isso mesmo? Você pode de fato fazer tal afirmação? Há mesmo a noção de que a ciência nasce do exército da dúvida e da pesquisa. Mas e quanto à fé? Será que a experiência religiosa resiste à força devastadora da dúvida?
O Evangelho traz a passagem em que Jesus, ressucitado, se apresenta pela segunda vez aos apóstolos. Todos estão reunidos numa sala, a posrtas trancadas, escondidos do mundo e com medo. Entre eles está um homem cheio de dúvidas: Tomé. Pelo menos ele foi o único a ter coragem de expressar sua dúvida diante do fato inusitado e impossível da ressurreição de Jesus. Tomé foi porta-voz de muitos que vivem a portas trancadas, guardando a sete chaves suas mais terríveis dúvidas.
Ora, a dúvida está presente no processo de crer. Uma fé que não considera seriamente os riscos da dúvida não é uma fé madura. Para Tomé, com a superação da dúvida, vem o crescimento espiritual. Jesus fez o coração de Tomé sentir o que os olhos não viram: a conciência da intervenção de Deus.

Pense:
Uma fé que não leva a sério a dúvida é como uma resposta pronta que não conhece a pergunta.

Meditações

Ps: Os links com asteristico são aqueles que são postados como "Pensamento da Semana".

-Contra a maré*

-Porco-espinho*

-Esaú

-Somos mais de 7.000*

-Jesus o Príncipe da paz

-Meditar é preciso*

-A dádiva da dúvida*

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A prova*

-
A republica*

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Na cantina*

-
Na rodoviaria*

Meditar é preciso

Leia: Isaías 40.26-31

Vida de estudante não é fácil, ele transita meio atordoado ente os dilemas da pós-modernidade e a mensalidade atrasada. Como se não bastasse os grandes dilemas da humanidade - a fome no mundo, a crise energética e ecológica mundial - ele tem aquele trabalho de fim de semestre para apresentar. Lá fora, não há muita perspectiva de emprego, mas amanhã é dia de prova de Matemática. Não é à toa que muitos se desanimam e abandonam a universidade, o sonho.
Há que se escapar do desespero, há que se figir do desencanto. Estudar é preciso porque trabalhar é preciso, porque viver é preciso. "Navegar é preciso", disse o Fernando Pessoa. Mas ele também foi uma vítima do tédio, e disse certa vez: "O tédio que chega a constituir nossos ossos encharcou-me o ser."
A voz poeta se cla por um instante. Fala mais alto a voz profética da Palavra de Deus, que nos ensina a colocar nas mãos do Senhor toda a nossa ansiedade. Deus nos consola e restaura as forças. Compartilhemos com Ele nosso desânimo, e Ele compartilhará conosco o segredo da esperança. Coloquemos em suas mãos nosso desespero, e Ele colocará em nossos corações o dom da fé. Entreguemos a Ele nosso coração amargurado, e Ele fará cair sobre nós a chuva de seu amor.
Pense:
“Cada alma é uma escada para Deus.” Fernando Pessoa